segunda-feira, 24 de maio de 2010

A bolha.

Estava chegando o Natal,e a criança nem sequer desejava brinquedos: todos os anos era sempre a mesma coisa...brinquedos cheios de tecnologias,que não precisam lá de muitos esforços por parte do dono:se movem sozinhos,andam sozinhos,praticamente brincam sozinhos!Não.Ela não queria mais um destes.

Ouviu sua mãe falar que o Papai Noel visitaria somente as boas crianças do bairro,então, ela passou a se comportar ainda mais!Obedecia aos pais,chafurdava entre os livros diariamente e assim os dias foram passando...

Perto do Natal,ao voltar do colégio,a criança tropeçou em um pacote azul.Espantada e com a curiosidade típica de pessoas do seu tamanho,abriu a tal caixa e encontrou uma coisa...uma coisa...diferente!Foi correndo para casa e mostrou a uma de suas melhores amigas,que lhe disse: “AAh,isso é um “Fazedor de bolhas de sabão!”.

Então a criança foi testar o tal brinquedo estranho,e qual foi a sua surpresa,quando percebeu que aquela coisa diferente produzia lindas bolhas multicoloridas de sabão!

Era bonito ver a alegria dela, imaginou que queria ter aquela bolha para sempre, que poderia leva-la ao colégio,mostra-la aos amigos, carrega-la na sua mochila azul com sapinhos estampados, dormir com ela e carrega-la onde quer que fosse.

Mas ninguém avisou aquela criança que a estrutura que compunha a sua bolha de sabão não era resistente às impurezas do ar, dura o tempo suficiente para encantar os olhos de qualquer um,mas tem curta duração.E quando a primeira bolha se desfez no ar,a criança chorou. Chorou compulsivamente pela perca.Chora ainda mais pelo fato de nada poder fazer para impedir o distanciamento.Chorou como nunca havia chorado,e desejou imensamente ter a bolha de volta,ao menos para se despedir,e dizer que apesar do pouco tempo,aquelas luzes que sua estrutura arredondada emitiram,fizeram a criança feliz.

Queria mesmo era colocar todo o corpo e mente num texto,para que ele pudesse alcançar ouvidos que já não mais escutam e, olhos que se recusam a enxergar”